Meu Primeiro Amor
1975
Este disco é como se um círculo se fechasse. O meu disco de Bossa Nova, “Dez Anos Depois”, que fiz
em Paris, já foi uma espécie de pazes comigo mesma. Agora continuo meu caminho de volta e de reencontro. “Meu Primeiro Amor” é o pai
e a mãe da gente; depois, o primeiro amor de adolescente; até o novo primeiro amor, o dos meus filhos, e o amor deles pela mãe que
também é o primeiro. E assim o círculo se fecha. São estas as músicas que canto para Francisco e Isabel dormirem. Depois de ter esgotado
meu repertório cantando tudo que sabia, fui buscar na minha memória esse novo velho.
“Meu Primeiro Amor” é Patrício Teixiera, primeiro professor de violão; é João Gilberto, que ensinou a gente a cantar; é Tom Jobim, que
mostrou o que devia ser feito e nos deu a esperança de um caminho; é Vinícius, que transpôs a poesia brasileira para a canção, numa época
em que fazer samba era “coisa de marginal”; é Paulo Borges, que ensinou que música braisleira não era só o que tocava no rádio e que tinha
um ranço sempre estrangeiro; é Breno Ferreira do Piraí; é Elton Borges, que cedo foi-se embora, como Newton Mendonça; é o Menescal, que
participou de quase tudo junto comigo e curtiu esse disco com se fosse seu próprio.
Eu dedico “Meu Primeiro Amor” a toda essa gente e principalmente a meu pai e minha mãe.